27 março, 2007

Memórias sobre a 3ª Invasão Francesa


" ... O exército francês, continuando a sua retirada de forma regular e concentrada, afastava-se de Pombal, quando a sua retaguarda foi atacada pelos corredores inimigos. O marechal Ney fê-los recuar e, para lhes barrar completamente a passagem e preservar o nossos equipamente cujo transporte era muito lento, mandou pôr fogo à cidade... O grosso do exército francês posicionou-se entre Condeixa e Cartaxo. O momento crítico da nossa retirada tinha chegado. Massena, que não queria abandonar Portugal, tinha decidido passar o Mondego em Coimbra e acantonar as suas tropas na região fértil situada entre esta cidado e o Porto, para aí esperar pelas ordens e os reforços prometidos pelo Imperador... O quartel-general apanhou, no dia 13, esta direcção e devia ir nesse mesmo dia a Miranda do Corvo. Todavia, sem que pudéssemos saber o motivo, o generalíssimo foi instalar-se em Fonte Coberta e, achando-se bem protegido pelas divisões que ele tinha mandado o marechal Ney colocar em Cartaxo e em Condeixa, só tinha junto dele um posto de 30 granadeiros e 25 dragões ...



... Efectivamente, persuadido de que estava protegido por várias divisões francesas, Massena achou que a região de Fonte Coberta era muito agradável e que o tempo estava magnífico e mandou servir o jantar ao ar livre. Estávamos, então, muito tranquilamente à mesa, debaixo das árvores à entrada da vila, quando, de repente, vimos um piquete de 50 hussardos ingleses a menos de 100 passos! ...






Fonte:


"Memórias sobre a 3ª Invasão Francesa" de General Barão de Marbot. As suas memórias, escritas em 1847 e publicadas pela primeira vez em 1891, em três volumes, são das mais apreciadas de quantas incidiram sobre a época Napoleónica. Marbot participou na 3ª invasão Francesa em Portugal, integrado no Estado-Maior de Massena, descrevendo no seu livro, com bastante pormenor, os acontecimentos ocorridos nessa campanha.

2 comentários:

Jorge Luis disse...

Quase todos os dias sinto-me na obrigação de ver as notícias da minha terra! Aliás isto acontece a toda a familia da casa, a Inês pede sempre para aumentar todas as fotos e pede para ler os textos, a avó Adelaide quer ver as paisagens e as flores e eu sinto-me mais próxima de vocês.

dejalo que va lejos disse...

Minha querida irmã e familia, é bom saber e sentir que este lugar onde nós passamos a nossa infância, continua presente e agora muito mais perto de nós, apesar da distância... Em breve estaremos todos juntos para "matar" saudades... beijos